Nove meses depois, a trabalhar no
que se gosta, está a custar-me horrores ir embora. Fui feliz aqui, podia fazer
isto para o resto da vida.
Mas estive aqui porque estava a
receber subsídio de desemprego e pude fazer um CEI (contrato de emprego
inserção), senão talvez não tivesse essa oportunidade. Estou triste, frustrada
e com medo do futuro. A esperança esteve presente quase até ao final, apesar de
só me terem deixado em banho-maria. Depois percebi, por mim, que não ía dar em
nada. Gostava que me tivessem dito claramente: Não vais ficar. Mas ninguém o
fez e deixaram-me andar a criar expetativas, ansiedade e stress.
Agora só quero que acabe. Por
sorte esta semana acaba na 5ª feira. É como a história do penso rápido, dói
menos se tirarmos de uma só vez!
Não sei se voltarei a trabalhar
como Assistente Social. Ando às voltas a ver se consigo receber outro apoio da
Segurança Social para tentar fazer outro CEI (pois, no meu caso preciso de subsídios
para poder trabalhar porque hoje em dia as instituições além dos estágios
habituais, só aceitam fazer estes CEI’s porque têm vantagens e zero comprometimento).
A semana passada também foram aprovados uns novos estágios para pessoas com
mais de 31 anos, vou ver se encaixo no perfil e ver se pode ser uma
possibilidade para mim.
Isto é a merda de país que temos.
O Estado anda a pagar subsídios às pessoas para elas poderem trabalhar. Não
seria mais fácil permitir às autarquias a contratação e serem elas a ter os
encargos financeiros? Ou apoiar as instituições de solidariedade social para
que façam contratos de trabalho, em vez de estágios e CEI’s? São milhões de
euros que estão a sair e para quê? No final poucos mantêm o posto de trabalho. Regra
geral, saltamos fora e entra outro. Como no meu caso.