Pela boca morre o peixe...

É por causa desta expressão/provérbio que nunca mais criticarei em vão. Porquê? Porque quando se tem um chefe como o meu, que nos tira toda a energia, que não nos deixa avançar, mesmo tendo nós (supostamente) autonomia para tal, que protela os assuntos até cairem no esquecimento, que prefere estar no facebook do que tomar decisões ou repreender um funcionário (apesar disso, repito, não nos deixa tomar decisões sem o seu aval), que desconhece o significado de gestão e organização de uma instituição.......acabamos por transformarmo-nos em pessoas que deixam de ter iniciativa (desisti de me esgotar voluntariamente), que perdem todo e qualquer dinamismo (porque morremos sempre na praia), que deixam de ser de confiança no que respeita à resolução de conflitos (porque nos cortam as pernas) e que perdem todo e qualquer interesse no trabalho e nas pessoas que dele fazem parte, porque simplesmente não podia ser de outra forma.

É frustrante porque as nossas competências são desvalorizadas, revoltante porque ainda há pessoas que ganham o dobro de nós e não fazem nenhum e, pior ainda,   porque se não fizermos nada ninguém dá por isso. A verdade é que às vezes até gostava que me chamassem a atenção, mas até isso dá muito trabalho. E no fundo, quem não dá o exemplo não pode propriamente ser exemplo para ninguém certo? E se até se pode gostar de ter uns dias em que não nos chateiam, quando é sistemático começamos a achar que isto não nos satisfaz e que precisamos de mais. Também é verdade que isto está mau e temos de gramar a pastilha.

E onde fica o nosso orgulho, realização pessoal, gosto pelo trabalho e rigor? E onde está a nossa iniciativa, os projectos que queriamos desenvolver, as actividades que ficaram pelo caminho?

Tudo tem um preço e na minha terra, quem está mal, muda-se!