segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Anjos na Neve - OPINIÃO



 
 
Sinopse:
 
"O inspetor Kari Vaara é o protagonista deste romance que nos leva ao submundo violento e obscuro da Finlândia, onde a noite polar, kaamos, é a época mais lúgubre do ano.
Quando uma bela imigrante somali aparece brutalmente mutilada num campo coberto de neve, com uma injúria racista gravada no ventre, Kari Vaara sabe que é crucial manter o crime em segredo, pois este seria um escândalo num país que convive mal com a sua xenofobia.
Por outro lado, as exigências da investigação começam a afetar o seu próprio casamento - Kate, a atual mulher, norte-americana, adapta-se mal à cultura e ao modo de vida finlandês. E o próprio Vaara vê-se inesperadamente confrontado com o passado: as suas suspeitas sobre o assassino da jovem somali recaem no homem por quem a sua primeira mulher o trocou..."
 
 
Opinião:

À uns anos atrás se me dissessem que ia ser fã de policiais, não acreditaria. Pois bem, referindo alguns dos mais marcantes, comecei com Stieg Larsson (não sei se por ser o primeiro mas a Triologia Millenium ficou-me no coração), passando por Camilla Lackberg (ainda só li dois mas deu para ver que é fabulosa) e agora James Thompson, este gênero literário conquistou-me.

Anjos na Neve, o primeiro livro da série do Inspector Kari Vaara, despertou-me os sentidos e a vontade de ler os próximos da saga. Conhecer a realidade cultural dos países nórdicos, em particular da Finlândia, onde aquela escuridão sem fim é capaz de deixar deprimido até o mais alegre e quem sabe, torná-lo capaz de coisas que jamais se imaginou a fazer. Já para não falar naquele frio do outro mundo (aliado às descrições dos crimes) que me fez gelar os ossos!

Sendo uma fã de romances, apreciei a capacidade do autor em coadunar cenas de crime fortíssimas (com pormenores altamente descritivos), com a realidade pessoal de Kari – a sua vida com a mulher Kate, cuja história também apreciei.

O assassinato macabro da estrela de cinema Sufia Elmi vai virar a vida de Kari de pernas para o ar. Quando é chamado ao local do crime, está longe de imaginar as implicações que este terá na sua vida.

 

A investigação é pormenorizada e faz-nos querer devorar o livro para saber exatamente tudo o que aconteceu. Cada acontecimento supera o anterior em surpresa, choque e brutalidade.

Quando Kari se apercebe que o principal suspeito do crime é o actual marido da sua ex-mulher percebe que não vai ser uma investigação fácil. Até porque tendo sido trocado por Seppo, a principal tendência vai ser acharem que Kari está a vingar-se e que nunca ultrapassou o fato da ex-mulher ter aproveitado o fato de ele estar hospitalizado para o ter abandonado sem qualquer explicação.

O inspetor é feliz com Kate, a sua esposa americana, esperam um filho e são um casal realizado (apesar de Kate ter algumas dificuldades de adaptação aos costumes nórdicos). Mas parece que ninguém quer saber muito disso, por isso o caso vai ser envolvido de algum mediatismo junto da imprensa, favorecido principalmente pela ex-mulher que parece acreditar que Kari está a vingar-se dela após tantos anos.

O ritmo alucinante deixa-nos sem fôlego. Vamos conhecendo um pouco da história de vida de Kari, dos traumas de infância que marcaram a sua relação com os pais, principalmente com o pai, que ele acha que o considera culpado de um acidente terrível. A par disso a investigação prossegue. O pai de Sufia parece ter algo mais a esconder e quer à força que o assassino seja condenado, não olhando a meios. Aqui o autor aproveitou para nos revelar algumas tradições muçulmanas.

Entretanto as mortes continuam e vão apimentando uma narrativa já de si bastante condimentada. É uma viagem louca, gelada, com as emoções à flor da pele.

Um livro a não perder, com revelações surpreendentes que nos vão fazer desesperar pelo próximo livro.
 

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