terça-feira, 12 de outubro de 2010

O amor é estranho...

Hoje tive um funeral de manhã, dum utente que faleceu no fim de semana.
Foi uma coisa muito triste, estava apenas o afilhado do falecido, acompanhado da esposa e sogra. E depois eu e o meu chefe!
Chegámos lá 5 minutos depois das 10h e já se encontravam junto à cova (não houve missa, não houve nada, mais 5 minutos e tinhamos perdido o funeral).

Quando voltei fui ver a esposa do falecido e estive um pouco a conversar com ela. A sra não foi porque não tem grandes condições para se movimentar e foi lá ontem despedir-se do marido.
Da conversa fiquei a pensar mais uma vez que o amor é mesmo um sentimento estranho, recebido de forma estranha por cada um que o sente e que o recebe...
Resumindo, o monólogo, foi mais ou menos isto " os primeiros 14 anos de casamento foram muito bons. A partir daí vieram de Moçambique morar para Lisboa e o marido arranjou uma mulher. Ela descobriu e foi falar com a "outra", perguntou-lhe se o amava, ao qual a "outra" respondeu que isso já não se usava. Se ela o amasse, ela não se importava de ficar sem o marido, para ele ser feliz. Mas não era o caso. Então fez de conta que não sabia de nada e ignorou a situação, tentando sempre que o marido fosse feliz.
Passado uns anos descobriu que ele tinha um filho, quando lhe falou no assunto ele disse que não queria saber e para ela não falar no assunto. Assentiu.
Sabia que o marido não queria vir para um Lar e culpa-se da morte dele. À umas semanas teve de ir para o hospital e foi encaminhada para Lisboa, ainda tentou saber informações da "outra" (que era lá enfermeira, apesar de já estar reformada à vários anos) para trazer as novas para o marido, mas não conseguiu.
Sente-se mal porque acha que não conseguiu fazer o marido feliz e diz estar zangada com Deus porque não lhe deu mais uma oportunidade.
À cerca de 15 dias enviou uma carta para o filho do marido a dizer onde estava, pois gostava de o conhecer e agora ainda mais, por ser "carne da carne" do marido. E seria tratado como um filho!

Dá que pensar não acham??

7 comentários:

  1. Estas histórias fazem-me pensar que não devemos dizer nunca mesmo, não podemos assegurar com toda a certeza que reagiriamos de uma determinada forma se fosse connosco...

    O amor é estranho sim senhora :)

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  2. É verdade!!
    Nunca devemos dizer Nunca...todos temos telhados de vidro, portanto, é melhor ficarmos caladinhas pois nunca se sabe...

    mas a verdade é que fiquei surpreendida com aquela dedicação, aquela falta de amor próprio...isto de viver em função do outro, para o agradar e satisfazer, sem pensarmos em nós próprias dá-me a volta ao miolo...

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  3. Será que hoje em dia continuamos a ter mulheres que pensam assim?
    Será que isso não é fruta da mentalidade daquela geração?
    O amor é mesmo estranho.

    Beijinhos

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  4. Como diz a Jo: o amor é mesmo estranho. Louvo a mentalidade dessa pessoa, porque é preciso ter coragem e muito amor (hoje seria considerado falta de amor próprio) para optar por viver assim....

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  5. Confirma-se a teoria de que o amor é estranho!!
    De que se fazem coisas estranhas por amor, de que se sentem coisas estranhas por sentirmos amor por outra pessoa...de que o amor nos leva a sentimentos estranhos, a acções estranhas...enfim!!! o amor é mesmo assim e se não fosse, se calhar, não tinha tanta graça...

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  6. O amor é mesmo assim.... estranho,
    bjo

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  7. pois é...acho que todas concordamos ;)

    podemos defini-lo de várias formas, também conforme o nosso estado de espirito...neste momento é assim que o defino!!

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